Escritório da Shay

Entrei no meu escritório mandando a mala para um cadeirão e sentei-me em frente à secretária. Agarrei na revista que já lá estava e olhei a capa atentamente enquanto o meu telefone tocava impacientemente já desde que tinha entrado. Suspirei pesadamente e tirei o som do aparelho, recostando-me na cadeira confortavelmente.

Olhei o telefone sempre com a luzinha vermelha a piscar e levantei o auscultador lentamente, voltando depois a deixá-lo cair no descanso. Revirei os olhos e virei a cadeira de costas para a porta, olhando a grande janela de vidro.

Arregalei os olhos ao ouvir a voz dele e engoli em seco. Fodeu agora! Virei-me lentamente para a frente e olhei-o frontalmente.
- Sim estou aqui.

Levantei-me de imediato debruçando-me sobre ele e agarrei-lhe no pescoço.
- Dá graças a quem tu quiseres para não chamar puta a quem fodes por obrigação. - Rosnei-lhe perto da cara mesmo irritada com ele.

Ri-me alto com o que ele disse e deixei-me cair na cadeira.
- Se puta me chamas a preço de puta me vais ter um dia meu caro. E das de luxo. - Disse girando a cadeira de um lado para o outro. - Ai custa tanto ouvir as verdades...um namoro de clichê onde a gaja não passa de uma puta que mete mamas à pala de um guitarrista que parece os burros... - Olhei-o. - Só vê o que lhe está na frente!

Estremeci quando ele bateu com a porta e fechei os olhos desatando a chorar. Nunca na vida tinha visto os olhos dele assim e sabia que o tinha magoado a sério, mas ou era isso ou estava de novo a pedinchar por um emprego.
- Desculpa... - Murmurei.